sexta-feira, dezembro 29, 2006

Parabéns!

Parabéns Sofia!
Sabes, este blogue tem saudades tuas...

quarta-feira, novembro 29, 2006

quarta-feira, novembro 22, 2006

Cenas...

As insónias foram para um local mais apropriado... para as Cenas do Barbas...

domingo, novembro 19, 2006

EQUIPA CATARINA EUFÉMIA!!!!!!!!!!


Quem se lembra da melhor e maior equipa, que jamais existiu nas história do escutismo?
Chamava-se equipa Catarina Eufémia; era do clã do Agrupamento 752 Algueirão!
Era formada apenas por escuteiras e tinha como grande rival a equipa masculina, equipa esta com tão pouca expresão que não me recorda já o seu nome!!!!
Como se pode ver, era um encantador grupinho de peso, que viveu e sobreviveu durante algum tempo com muita união e muito carinho.
Serviu, quanto mais não fosse, para mostrar que afinal, quando reina o bom senso, as mulheres conseguem trabalhar juntas e conseguem ser grandes amigas.
Que sirva de exemplo a qualquer escuteiro e/ou escuteira! Há imensas histórias para ressuscitar desta LENDÁRIA equipa. Talvez, quem sabe, um dia algum jornal aqui da zona se lembre de procurar saber e mostrar quem foram estas aventureiras!!!
Fica aqui um testemunho fotográfico...

Insónia...

[o post que aqui estava foi transferido para um novo espaço... o Cenas do Barbas. Sim, foi uma decisão unilateral...]

quinta-feira, novembro 16, 2006

Vanessa o outro deixa de fumar... mas nós é que temos que lavar os dentes...


Certo?
Pois é. Há imensas pastas de dentes no mercado; grandes pequenas, com sabor a menta, morango, branqueadoras, anti-cárie, anti tártaro, para crianças, para adultos, verdes, amarelas, vermelhas, às risquinhas....caras...baratas...tantas, tantas...

Vanessa, basta um dia de neve (em Sintra), um belo flash e a coisa descobre-se.
Nós vamos tentando disfarçar, com baton! Pomos côr para chamar mais a atenção para os beiços mas nem sempre resulta! Até porque, no dia em questão, já tínhamos passado por um belíssimo cozido à portuguesa e a neve apanhou-nos tão desprevenidas, que saímos à pressa!
No entanto, e até mesmo para as senhoras, que são sempre tão cuidadosas com a sua higiene e bom aspecto, o tempo e os maus hábitos, não perdoam! Como estas senhoras aqui em baixo.... Nem vos mostro fotos de perto... o que naquelas bocas parece branco.... na realidade....


quarta-feira, novembro 15, 2006

Sugestão: «Amanhecer no Rio Tejo»

A Associação Naval de Lisboa vai organizar no próximo dia 26 de Novembro, uma grande animação desportiva de Remo no rio Tejo, aberta e gratuita a toda a população. Depois do sucesso de outros eventos semelhantes, onde dezenas de pessoas fizeram o "baptismo" a remar no rio Tejo, a ANL repete a iniciativa de proporcionar uma experiência diferente de viver e sentir o Tejo. Trata-se de uma acção que irá decorrer na Doca de Santo Amaro, a zona dos bares conhecida por "docas", e contará com um conjunto de meios para que qualquer pessoa experimente, gratuitamente, as sensações únicas do Remo. No primeiro módulo teremos várias máquinas de Remo Indoor, de modo a ensinar a técnica base do Remo. Seguem-se as aulas no tanque de remo, e por fim várias embarcações para quem quiser navegar no Tejo. Todas as actividades são acompanhadas por uma vasta equipa de técnicos à disposição dos participantes. Os interessados em participar podem inscrever-se contactando a secretaria do Clube, ou enviando e-mail indicando nome e idade do participante.

Contactos: Associação Naval de Lisboa - Tel: 213 960 488 - Fax: 213 957 252 - anlremosec@netcabo.pt - www.anlremo.net

Semana 2

Yupi! Cheguei ao 15º dia sem tocar em tabaco (20 dias depois da decisão). No fim de semana passado sobrevivi a dois jantares de aniversário seguidos de noitadas no bairro. Por vezes, depois de uma reunião, de um bom jantar ou durante a tarde de trabalho, vem aquela vontade... Mas tenho conseguido resistir. Obrigado pelo apoio...

sábado, novembro 04, 2006

Deixar de fumar - Semana 1

Sim, é verdade. Deixei de fumar na sexta-feira, dia 27 de Outubro, às 20h30. Foi uma decisão pouco reflectida, uma promessa mesmo, mas valeu a pena! Resultou! E agora é mesmo para cumprir! O primeiro fim de semana correu bem, mesmo com muitas horas passadas em ambientes de festa e em viagem. Mas na segunda-feira tive a primeira recaída, depois de um prolongado jantar de copos com amigos. Já madrugada dentro, fumei um cohiba e um marlboro. Na terça dei uma passa também num marlboro. Não gostei! Quando fumava, preferia Amsterdamer, tabaco de enrolar. Nestes dias tenho sentido mais falta de segurar um cigarro do que propriamente do fumo e da nicotina. É o "vício de mão". O café das 13h30 passou a ser mais curto. Depois da bica fico sem nada para fazer... Quinta-feira foi o dia mais complicado: uma tarde de stress na redacção. Bebi muita água, masquei pastilhas. E consegui não fumar, mas tive imensa vontade... Bora lá para a segunda semana!

terça-feira, outubro 31, 2006

É tão bom...

Ter amigos que gastem o seu tempo a fazer-nos um desenho sobre a nossa vida... (mesmo que o resultado sejam estes rabiscos...)


Não vou colocar muitas legendas. O X sou eu... O H e o J são os amigos presentes nesta "consulta". O F, R, M, S e R são gajas... Enfim... Uma noite engraçada à volta de uma ginja de Óbidos e de um resto de licor Beirão... [Desculpa S (do H) se não te deixámos dormir...]

domingo, outubro 01, 2006

1º Aniversário

Foto by LG. Fotógrafo de casórios e outras festividades...Pois é, já passou um ano! Parabéns!

sábado, julho 15, 2006

Eurico: AGUARDAMOS O TEU REGRESSO!!!!



"Quem se esforça mais que um amigo quando precisamos?

Quem se alegra prontamente com a nossa felicidade?

De quem são os elogios mais doces?

De que lábios aprendemos a verdade sem muita dor?

Que fortaleza, que baluartes, que braços são mais seguros do que os corações leais?"

S. João Crisóstomo, in "Primeiro Discurso sobre a Realeza"

quinta-feira, julho 13, 2006

Pai Cerejo e Mãe Ivone


Um dia perguntaram-me como era ser filha dos meus pais!!!!

Não entendi; pensei que era igual a qualquer outro ser, que tem pai e mãe! Às vezes são engraçados, outras "engraçadinhos", outras chatos e aborrecidos, outras abelhudos...
Também costumavam ficar à
minha espera quando chegava tarde... Dar-me o pequeno almoço na cama!
O habitual... ou talvez não! Talvez sejam realmente diferentes. Costumam falar-me assim:

Pai Cerejo

"Para a minha filha,

MÃE,

Diz-lhe tu que a amo
"Porque é secreto o meu amor."
Diz-lhe, diz-lhe tu, que não foi o acaso:
"Ela foi feita com as graças do nosso amor!"
Confirma-lhe tu que não sou mesmo muito corajoso,
mas forte para me ter desviado de caminhos desacertados.

FILHA,

Nunca levantei a voz ou o braço, mas permaneço
vigilante e olho às escondidas para ti!
Nunca fui tão tranquilo como pareço, porque internamente
me dói a dor dos outros...dos jovens e me arrebato quando percebo
que também tu sofre por eles...
Não sou desiludido;
Continuo à espera do teu triunfo!
Ele virá, porque acredito que de nós nunca
nasceria um "rebento inútil".
Um permanente beijo
e um abraço "oceânico".
Pai



Mãe Ivone

Sofiazinha

Tudo começou
Por: "era uma vez..."
Cada ano passou
Já são vinte e três.

Foi talvez pintor
Foi talvez poeta
Quem te deu a côr
Da maça reineta.

Andaste na escola
No "monte" em escalada"
E jogaste à bola,
Brincaste à apanhada.

Vieram amigos
Em tardes de calma
Partilhar sentidos
Segredos da alma.

Bons e maus momentos
Mágoas e amores!
Em acampamentos
Criaste valores.

Cresceste, tens voz
Mas, se Deus quiser
És sempre pra nós
Menina / Mulher.

Dizemos-te aqui,
Com amor profundo:
"Queremos pra ti
O melhor do mundo."

Porque a vida é bela
E passa num ai
Aprende a vivê-la!
Tua mãe, teu pai!

Mãe

Maio, 1998

quarta-feira, julho 12, 2006

O MONTE DOS VENDAVAIS



Há alguém que não conheça a minha Chica??? Hum? Claro que não! Pelo menos os amigos chegados sabem quem é: "...a nossa menina..." a nossa amiga.

Já teve direito a um post a 17 de Março de 2006, juntamente com outra loira que ela adora.

E ao contrário do que possam imaginar, ela não veio de Paris trazida por uma cenhonha.

Veio da Quinta do Monte dos Vendavais, UM SOBERBO HOTEL PARA ANIMAIS DOMÉSTICOS, que fica em Tires, bem pertinho daqui e se dedica à mais diversa bicharada com um amor e carinho oceânico!!!!

É claro, o dono é escuteiro e a menina do fundo também. De outra forma a coisa não corria tão bem nem o negócio seria encarado com tanto prazer e dedicação por estes dois:

Para além de Hotel, também é escola de boas maneiras, onde os amigos são ensinados com um método positivo e sem agressividade! Podem aprender a andar na rua com segurança, a estarem controlados em casa, a obedecerem... entre muitas outras coisas. Podem ...practicar ... agilidade...

A veterinária de apoio é excelente, os banhos refrescantes e as tusquias estão sempre na moda.

As refeições são ao gosto do freguês e dentro do seu horário!

Há regime de internato; aquela boa opção para quem vive ou passou a viver sem condições de partilhar o seu espaço com o amigo!

E o pai da Chica???

É ele. O belo Touareg!

A vedeta das fotos das brochuras e do site da Quinta.

Aproveitem! Quem tiver amiguinhos com pêlo, sem pêlo, grandes, pequenos, cães, gatos, ratos ou até formigas, aqui encontram um excelente espaço de abrigo! DEITAR FORA UM AMIGO, não é a solução! E quem deseja um amigo destes tem que pensar bem na vida antes de o ter! Não é um objecto de decoração nem um peluche telecomandado. Dá trabalho, tem variações de humor, estraga muita coisa lá em casa, suja e faz barulho! Enfim, é uma aventura maravilhosa, quase radical! Mas é necessário amá-lo para receber as compensações que são gigantescas. Como por exemplo um simples olhar de ternura ou...de desafio:..."vá lá, atira a bolinha para a água"...

No entanto, quando é necessário uma folgazinha: mandar os filhos para as colónias de férias e o amigo para o Monte dos Vendavais!

Para além da grande oferta de produtos e serviços, há novidades: Piscina aquecida de fisioterapia ou simples banho de RELAXE (para o amigo e para o dono).

APROVEITEM!!!!

terça-feira, julho 11, 2006

É QUANDO NÃO HÁ QUE NOS LEMBRAMOS

( Neve em Sintra )

"Batem leve, levemente,
Como quem chama por mim...
Será chuva? Será gente?
Gente não é certamente
E a chuva não bate assim...

É talvez a ventania;
Mas há pouco, há poucochinho,
Nem uma agulha bulia
Na quieta melancolia
Dos pinheiros do caminho...

Quem bate assim levemente,
Com tão estranha leveza
Que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
Nem é vento, com certeza.

Fui ver. A neve caía
Do azul cinzento céu,
Branca e leve, branca e fria...
- Há quanto tempo a não via!
E que saudade, Deus meu! "

(...)

Augusto Gil, in "Luar de Janeiro"


(Neve na Serra da Estrela)

MONGOS


Ando realmente numa fase nostalgica!
Não me apetece escrever muito PORQUE... é verdade o que se diz:

UMA IMAGEM VALE POR MIL PALAVARAS!!!!!

quinta-feira, julho 06, 2006

PORTUGAL vs FRANÇA

OU










VS
PESSOAL ATENÇÃO:
França perdeu as guerras todas!
Os Franceses não conhecem a açorda, o chouriço nem o pastel de nata!
Não sabem fazer surf!
As francesas são foleiras, porcalhotas e parecem tábuas de engomar!
Os Franceses são fininhos e não sabem dar gargalhadas!
Cerveja da Boa? Não têm!
Não sabem jogar à Malha nem ao Chinquilho!
O queijo da serra é nosso e o vinho do Porto também!
Caracolinhos, somos nós que os comemos!
Se querem boas praias vêm para cá!
Têm uma Bastilha, mas a Torre de Belém é tuga.
Os festivais de Rock são cá.
Na França não se passa nada; é um tédio.
Num fundo eles gostavam de ser todos tugas e não podem, e....
Pior... falam Francês!!!
O Obélix é fixe
e ganharam a Portugal!!!
Porque não festejamos na mesma?

PARA TI DAVID....

















Num dia como o de hoje, em que todos estamos de ressaca com a derrota contra a França, há que levantar os ânimos!!!! E relembrar que chegámos onde já não chegávamos há 40 anos!!!
Perdemos com a França, sim senhor, mas jogámos muito bem. E...
Ganhámos à Inglaterra, os nossos eternos rivais!!!
A propósito, os Portugueses com os Ingleses fazem-me lembrar um pouco o Axtérix e o Obélix com os Romanos, não é?

Desculpa lá David...

terça-feira, julho 04, 2006

Ramsés..., Ram,... ou simplesmente Miguel!


Para mim é simplesmente Miguel. Conheço o Miguel há tantos anos!!! Desde que éramos ambos muito pequeninos, e ele vivia num andar, em frente ao campo da bola do Sintrense e nos divertíamos esvaziando a cesta dos ovos, atirando-os para a rua; tentávamos acertar na cabeça de quem passasse cá em baixo. Os nossos pais estavam na sala a falar de qualquer coisa sem graça e nós... fazíamos porcaria.
Quando íamos para a serra andar de baloiço, remexer a água do tanque, correr, passear...
Nessa altura o Miguel já desenhava! Umas coisas muito à rapaz, mas sempre com um toque de artista. Nada que se parecesse com as obras bastante melhoradas pelo tempo, pela vida e pela experiência adquirida nos velhos muros de Sintra.
Gosto muito dele. Sempre gostei. É uma alma tão livre e sempre tão bem disposta. Sempre a sorrir, sempre descontraído, o Miguel nunca tem pressa de chegar.
E chegar onde?
Nós é que achamos que há uma META.
Apesar das nossas vidas tão diferentes e do pouco convívio, eu sei, que ele sabe, que eu existo, que lhe compro os quadros todos, que sou fã. Que vou preservar as obras e falar delas como se fossem sempre as primeiras.
Ele é um anjo. Não sei se ele sabe disso. Mas o anjos, brincam com as côres, são sorridentes, viajam muito sem projectos, e vivem os dias no mar (se não fisicamente, pelo menos em sonho).
Não vão encontrar outro assim!!!
A mãe dele, diz-me algumas vezes: " Vê se pões juízo na cabeça do teu amigo!"
JUÍZO? Que seria do artista se não fosse louco?
Se não tivesse barba e cabelo louco também?
Que seria do artista se se vestisse como um senhor?
Nunca. A roupa é sagrada.
Nós somos o que o sonho manda, o que a mão manifesta e o que o corpo exprime..... sempre ao lado de um grande amigo!!!!























segunda-feira, julho 03, 2006

Ah... os Amigos...!

Estão sempre connosco, mesmo quando não damos notícias durante uns tempos... [Foto: Pico, 2005]

OS AMIGOS!!!!


Gosto tanto dos amigos!!!
São porreiros; brindam connosco;
não chateiam; têm as mesmas ideias que nós; dão-nos apoio no avião; deixam-nos
á vontade; não nos obrigam a nada;









levam-nos ao Pico; contam connosco para ir à farmácia;








dão-nos "caracas" ao jantar;









levam-nos para casa da família;














emprestam-nos roupa e cremes; partilham revistas no WC; tapam-nos quando está sol;









grelham peixe para nós; pescam-no para nós;









fazem de cada momento uma festa; levam com bosta de vaca por nós;










fazem tatuagens connosco; encolhem-se sempre mais um pouco para haver espaço no carro;





dão-nos flores;















Realizam os nossos









Dão-nos um colete para não nos afogarmos;














Enjoam por nós;













E TÊM SEMPRE AQUELE DOCE SORRISO NA BOCA QUE NOS FAZ SENTIR TÃO BEM!!!!







AH, E PINTAM... MARAVILHOSAMENTE!!!!


sábado, julho 01, 2006

Um Agrupamento de Escuteiros


Eu sei que nos dias de maior raiva me excedo e digos coisas difíceis de entender. Talvez demonstre um misto sentimentos que sinto sobre esse assunto. Eu vou tentar explicar-vos muito resumidamente porquê. Falem comigo, acrescentem o que se lembrarem, perguntem o que quiserem. Deixo-vos um bocadinho de mim. Vejam AQUI! (Pdf, 38 Kb)

terça-feira, maio 30, 2006

Ausências...

«A ausência degrada as pequenas paixões e fortalece as grandes, tal como o vento apaga a vela e atiça a fogueira»
François, Duque de la Rochefoucauld, 1613-1680)

[Lido no livro «A Lei de Todas as Coisas - Uma explicação para quase tudo», de Richard Robinson, editora Verso da Kapa] [Obrigado F.]

domingo, maio 28, 2006

Esta história é da tia Ivone. É verdadeira!!!


A minha mãe escreveu este texto para enviar para um concurso de uma revista que pedia uma história verídica e contada na primeira pessoa!!!! Ora leiam. É mesmo verdade!



"Férias… com açorda de coentros!"


"Naquele luminoso Abril de 69 eram as nossas primeiras férias de Páscoa como professoras. Durante o curso conhecêramos o Pe Fatela, criador da Casa do Estudante de Beja, obra social para jovens carenciados e surgira o convite para uns dias passados na instituição.
Era o tempo certo: independência económica, uns dias livres, uma primavera florida e soalheira, a alma cheia de sonhos e desejos de aventuras. Contactos feitos, alguém nos esperaria na estação de Beja à hora da chegada do comboio.
Foi assim que a Mariazinha e eu, amigas de longa data e colegas de curso, embarcámos no Entroncamento num daqueles ronceiros comboios de tanf… tanf…pouca terra…pouca terra…
Tudo constituía uma alvoroçada novidade para as jovens provincianas pouco viajadas que da linha do sul conheciam apenas o risquinho a preto no mapa de Portugal. Entre o trajecto de Santa Apolónia, barco e Barreiro, atraso nosso ou da “conjuntura”, perdemos o comboio que nos levaria ao destino. Como havia outro horas depois lá partimos confiantes. Consequentemente chegámos tarde, noite escura, e ninguém à nossa espera. Era longínqua ainda a era das comunicações. A minha amiga é bastante despistada, nunca sabe as horas e não acerta com os pontos cardeais mas confia fielmente em mim. Coube-me tomar as decisões.
Fomos de táxi até à morada que nos acolheria e, para nosso espanto, o escuro e o silêncio foram as únicas respostas ao trrim- trrim duma campainha nervosamente premida. Sem outra solução, pedi ao taxista que nos levasse a dormir numa casa “decente” ( este adjectivo tem desde então conotações que evocam essa noite única ). Homem alentejano de poucas falas mas de alma limpa, o taxista não hesitou. Quando começámos a sair da cidade confesso que fiquei deverás aterrada sem saber o que nos aconteceria mas esperei calada tentando que a minha amiga não entrasse em pânico. Passado algum tempo parámos à porta de uma silhueta clara em noite escura: Um convento de freiras. Seria cerca da meia noite, a comunidade estava já recolhida e foi precisa uma grande insistência do nosso taxista e a plausível história de não poder deixar duas meninas largadas na perigosa noite da cidade para que os portões se abrissem.
Recordo um longo corredor de casarão antigo com portas dos dois lados. À minha companheira foi distribuído um quarto no princípio do corredor à direita. Tinha ar de ser um quarto de visitas com uma cama larguinha, alguns móveis e uma coberta florida. A mim coube-me o último ao fundo à esquerda. Era um quarto modesto, despido de enfeites mas acolhedor. Ainda não estava devidamente instalada e eis que a Mariazinha chega ao meu quarto dizendo que tinha medo de ficar sozinha, que amachucara os lençóis para fingir que dormia lá mas que queria ficar comigo. A cama era estreita mas lá nos acomodámos. Tão fora de horas ninguém nos perguntou se tínhamos jantado e só agora com um tecto assegurado nos deu para sentir uma fome lupina em que nem tínhamos reparado. Repartimos uma daquelas barrinhas de amendoim com mel, a única, o que nem com muita imaginação chega a ser um jantar frugal. Olhámos o tecto alto em caixotões de madeira pintada de cinzento claro, a janela de enormes ferrolhos, rimo-nos divertidas com a ideia de que ninguém, nem a polícia, nos descobriria ali e adormecemos.
A meio da noite a minha amiga vai à casa de banho. Pergunto-lhe se quer que eu deixe a luz acesa mas ela não acha necessário.
Despistada como sempre, no regresso, entra num quarto que não era o meu, enfia-se na cama de uma freira abraça-se a ela e diz-lhe: - “elas a pensarem que eu estou a dormir sozinha e eu aqui bem quentinha abraçadinha a ti!”
Como a companheira não reagisse ( sabe Deus o susto da boa da freira ) percebe o engano, salta da cama e vem então a correr para o meu quarto.
Na manhã seguinte com algum constrangimento da nossa parte e com muita simpatia da parte das irmãs, serviram-nos o pequeno almoço conversando connosco sobre quem éramos e o que fazíamos. Penso que tínhamos um ar credível e as irmãs certamente ficaram com boa impressão nossa. Nunca saberemos se mais alguém no convento conheceu a história além da freira “assaltada”.
Esta foi a única vez que professámos!
Foram ainda as irmãs que contactaram o nosso anfitrião que nos levou para a quinta de Sta Bárbara, lugar de férias dos jovens da casa do estudante. Com eles passámos uns dias inesquecíveis. Na quinta, perto da base aérea, havia animais que tratávamos e havia a doce e pachorrenta Sra Catarina, a cozinheira, que fazia uma açorda de coentros inigualável. Belos passeios que demos por esse Alentejo até à beira do Guadiana com encostas de estevas de enormes flores de seda branca com cinco pontos negros e um luminoso olho amarelo cujo aroma atravessou o tempo e permanece connosco. "

Maria Ivone Lopes de Deus Mendes Cerejo

sexta-feira, maio 05, 2006

Tempo...

Pois é, apesar das férias, a gestora deste blogue tem andado ocupada com as limpezas, a chica, o marido, o remo e os gajos que lá vão cravar o jantar de vez em quando... (não necessariamente por esta ordem). Por isto tudo, não tem tempo para actualizar o Coisas com barbas... Mas há a promessa do seu regresso dentro de horas...

domingo, abril 16, 2006

Não: não digas nada!

Não: não digas nada!
Supor o que dirá
A tua boca velada
É ouvi-lo já

É ouvi-lo melhor
Do que o dirias.
O que és não vem à flor
Das frases e dos dias.

És melhor do que tu.
Não digas nada: sê!
Graça do corpo nu
Que invisível se vê.

Fernando Pessoa

domingo, abril 09, 2006

A fada moranga!!...


É sempre simpático voltar ao blog após uma lacuna de uns dias, e ver algumas novidades.
Como esta: Um link directíssimo para a fada moranga!!!
É muito bom!!!
Obrigada.

quinta-feira, março 30, 2006

«Do Grande e do Pequeno Amor»

Li e gostei do romance fotogáfico da Inês Pedrosa (prosa) e do Jorge Colombo (fotos). A edição é da D. Quixote (2006). Deixo algumas passagens:

«Ela, entretanto, escondia-se do mundo. Com as cortinas a barricá-la do dia, nem precisava de chorar para sofrer.» [p.9]
Ele, «sem ela não chegava a perceber se a sua vida era de novo um livro em branco, ou se tinha arrancado de vez as páginas felizes do futuro.» [p.11]
Mas «nenhum deles aprendera a resistir ao chamamento do outro. Era como se os seus nomes respondessem, à revelia dos donos, de cada vez que eram pronunciados pelo outro». [p.23]
«Ninguém precisa de ninguém para o exercício do sexo - do que todos precisamos é do amor dos outros. O amor pequeno, parcelar, da ternura e da vaidade; e o amor grande, que se nos entranha como um órgão imaterial e nos faz respirar por toda a vida». [p.25]

L.Galrão

segunda-feira, março 27, 2006

A Dé, a Ana e eu

Quanto tempo passa sem que nos vejamos, falemos ou saibamos umas das outras?
Uma semana, um mês?
O tempo que calhar e nos apetecer!
Penso que é isso que nos torna chegadas. Cada uma vive a sua vida, janta, almoça, lancha, dorme, sai, entra, assume posições, vende ideias, usa as suas múltiplas facetas e depois, quando nos vemos um bocadinho, que roubamos ao tempo, é BOM!
É como repartir na mesa, em fatias apetitosas, os passos do nosso dia a dia, e oferecê-las às outras duas, como se do maior presente se tratasse! É acolhedor, até, quando tantas vezes nos encontramos para não partilharmos nada senão uma manta, uma lareira, um ombro, um encosto. Quando a presença das outras duas é tão simpática para uma, que assenta o pó ou a poeira que se levanta na caminhada do dia a dia, basta recebe-la.
Foi uma amizade que construímos em cima dos sucessivos resgates que fomos fazendo umas das outras. A Andreia resgatou-me, há uns anos atrás, de uma ideia, preconcebida e preconceituosa sobre as idades; juntas resgatámos a Ana de um abandono dorido e pouco merecido; a Ana tem-nos resgatado às duas, das nossas mentes, às vezes demoníacas.
Por vezes sinto alguma inveja, vinda de fora!
Não percebo porquê. Está ao alcance de todos.
Não são muitas. Mas são muito boas!

V of VENDETTA!!!

Fui ver o filme!
Apesar das americanísses, sempre a deixar rasto em qualquer filme da WB, tirei algumas coisas com interesse que gostava de partilhar convosco.
Aquela máscara maravilhosa!
Não propriamente pela sua beleza tangente (nem tangente nem profunda, porque é horrível), mas pelo que esconde!
Foi a primeira vez que vimos alguém que na realidade nunca vimos.
E daí?
Daí que temos que nos apaixonar por tudo o resto; e não falo do chapéu, das facas ou da destreza física com apontamentos de matrix.
Falo daquilo que deveríamos sempre receber dos outros: o que está para além dum rosto.

O ROSTO.
Não é para onde olham primeiro?
Não se apaixonam sempre primeiro, por ele?
Não é o mais cobiçado?
Não o que mais vos transmite sensações de felicidade, tristeza, aflição, disponibilidade...
Quando querem uma resposta, não a procuram sempre no rosto?
Porquê?
E se:
NÃO HOUVER ROSTO?
O que se consome no outro?
Ah pois!!! Deveria ser um teste á nossa entrega aos outros, no modo como lidamos com eles, na forma como recebemos os seus estímulos.
Devíamos poder fechar os olhos e realmente ver o outro, senti-lo, cheirá-lo, dançar com ele, ver o movimento das mãos, do corpo!
Transmite tanto!
Deus, ou quem quiserem assumir, criou-nos com tudo isto, fazendo de nós, corpo, os 100%; e tal como do nosso cérebro, só usamos 10%. Para tudo.
Talvez, se entendessemos os outros 90%, sem olhar a estes 10%, a consequência fosse uma grande redução de enganos!!

Também gostei de ver a menina na dita prisão.
Para poder entender que nunca conhecemos o nosso limite.
Ninguém conhece o seu limite!
Não amigos, ninguém!

Não... nem tu!

sexta-feira, março 24, 2006

O blog é dela...

À beira da cratera do Pico

[Ilha do Pico - Agosto de 2005]

quinta-feira, março 23, 2006

OBRIGADA!!!

Estou a começar a gostar dos comentários!!!!!
Acho que vou começar a convidar pessoal....
OBRIGADA.

terça-feira, março 21, 2006

Revivendo...Tal qual eu!!! Com uma diferença apenas...

Esta é uma história bem real! Quem a reconhece?

Tal qual eu!
É que... Nem sempre fui assim! Já fui mais jeitosa, magrita, bonita! Senhora de mim! (ainda sou) Independente, livre, enfim!!! Tudo o que mais desejamos ser. Escolhia os gajos que queria, dizia que não, aos que não queria! Destemida, forte, sempre pronta para conhecer mais...
Amigas: 2...3... com muita sorte!
"Amigos": os que quisesse!
Amigos: poucos, mas os melhores.

Bom...
Conheci há pouco tempo alguém assim! No princípio tive por essa pessoa um sentimente difícil. De estranheza, de algo cheio de arestas! Senti vidros e cacos. Muitos picos e algum azedo. Senti nela o que eu fui. A melhor de todas, e a pior entre as gajas! Senti nela a capacidade de possuir e o medo de ser rejeitada. A vontade de gritar e dizer quem sou, e o temor dos olhares agudos.
Tal qual eu!
Pela primeira vez conheci alguém que olho de frente, só para me ver. Curioso, mas lembro muitas vezes aquela parte da série dos "Imortais" em que eles sentem a presença uns dos outros quando estão perto, porque são iguais em força. Porque podem até ser rivais; coisa feia de sentir. Mas se a sinto, é porque , ela é:
Tal qual eu!!!
Uma diferença apenas: NÃO SABE, QUE É TUDO ISTO!
Para ti directamente: É difícil mas não impossível. Podes escolher quem queres e envergonhas-te por isso? Não claro que não! As outras gajas odeiam-te de morte. Comiam-te viva se pudessem. As que conquistares vão acompanhar-te até ao fim da vida (quantas? 2, 3...) as outras, pôe-as aos pés, sem remorsos, porque vão ter que te tolerar com um sorriso. (Até podes gozar esse momento). Os gajos, sim, aproveita bem a tua maré, sem comeres cascas, (para quê porcaria? Já sabemos que todos cá vêm parar por isso torna-te selectiva) e preservando bem, em salmoura se possível, AQUELE. Porque, aos 20, aos 30 ou aos 40 é a ele que tu vais querer. (Comigo foi aos 20, pronto...) Por falar nisto, só podes fazer amizade com um homem, ao fim de dois anos e meio de muitas saídas com ele, e assim que te apercebas que ele gosta de outra: quando ele falar contigo de quecas... e coisas de homens! Se não, é a ti que ele quer e tu pensaste que era TÃO TEU AMIGO!!!
O quê? O teu mau aspecto? Que tens que esconder?
AHHHH. Burra: Com elas ou sem elas, és linda. Eu também as tenho. É de nascença. Pergunta ao Hugo, que nos momentos carinhosos diz que tenho "Borras...de café"!
A juventude? Para nós? Foi.........................muito diferente! Algo estravagante! Fora das normas, longe do razoável. Temos vergonha? Nunca. Aprendeste muito. Deus nunca te castigou por isso, a mim também não e por qualquer razão nos sexuou de alma e corpo, tão cedo. São os outros que não percebem e têm medo de dizer: é BOM!
Aliás, como tu e eu bem sabemos só há dois tipos de sentimentos: O AMOR e O MEDO!
Sai do medo porque és um gene dominante, e das milhentas formas de gajedo que nos rodeia o que não tem remédio, remediado está!!!

PS: Espero que pelo menos tu, a quem eu dirijo este texto te reconheças logo nele.

PS2: Começa a tentar aproveitar as manhãs, desde que fora de casa. O nosso anjo é o sol, não a lua.

PS3: Desculpa! Vai haver sempre entre nós carinho e compreensão, mesmo em silêncio (o Tal Amor) e alguma fricção de igual para igual, de: "aqui sou eu"; "olha o ciúme", "que conversa foi aquela?" (o Tal Medo). Enfim, tudo o que é necessário para uma boa amizade!!!

sexta-feira, março 17, 2006

VS entre as DUAS LOIRAS da minha vida!!

Esta.... é séria!!

Tenho duas loiras na minha vida. Gosto muito, muito de ambas. São grandes amigas, sei que gostam de mim e são, no entanto, tão diferentes uma da outra!!!!
Não há realmente duas loiras iguais!

Pontos em comum:

Bonitas!
Cabelo com jeitos!
Vaidosas!
Teimosas!
Temperamentais!
Ambas adoram estar à lareira!
Adoram uma boa diversão!
Nunca tiveram filhos, escreveram livros ou plantaram uma árvore!

VS:

Uma é alta outra é baixa
Uma anda sempre de saltos outra anda sempre sem eles
Uma conduz outra não
Uma odeia desporto a outra ama desporto, sobretudo natação
Uma dá-me o meu espaço a outra é sufocante
Uma trabalha a outra.... "chula"
Uma cozinha maravilhosamente a outra nunca tocou num tacho..
Uma adora queijo outra adora fruta
Uma namora á 13 anos a outra...nem por isso
Uma é mto orientada com dinheiro a outra, "devora-o"... quando o tem...
Uma gosta de lêr a outra nunca leu um livro
Uma é arrumada q.b. a outra é o caos da desarrumação
Uma adora a família a outra saiu de casa e nunca mais viu a família
Uma já dormitou comigo no sofá a outra já dormiu comigo na cama

O curioso é que ambas também se conhecem, dão-se muito bem e adoram-se!

Ahhh...... o loiro é natural e ambas são extremamentes inteligentes! (A sério!)

Uma loira...

Outra loira...

As duas loiras...

quarta-feira, março 15, 2006

O meu "barbudo"

"Para ti, guardo sempre o primeiro lugar... e o último!"

Quando conheci o Hugo, ainda sem barba e com muito cabelo, tanto que lhe caia sobre a face e lhe tapava os olhos, gostei logo! Da maneira mais simples possível, porque ele era simplesmente maleável e permeável ao meu carinho. Simplesmente maleável e permeável aos caprichos dos amigos. Simplesmente maleável e permeável aos desejos da família.

Quem não ama logo de paixão um puto de 16 anos assim? Hum?

Passados 10 anos, 20 kilos, manchas disformes na minha pele, falta de cabelo na cabeça dele, rabo pesado, barriga grande e mau feitio agudizado, tudo mudou...

A simplicidade dele tornou-se numa gloriosa vaidade, por se achar bom no que faz; uma vaidade na dose certa: para nunca ter medo dos outros, olhando-os sempre de frente; para nunca dizer que não à novidade; para nunca se envergonhar de quem é e do aspecto que tem em qualquer espaço ou tempo.

A maleabilidade, não vingou! Foi engolida pela inteligência séria, que sempre teve e que apenas não estava madura. Pela inteligência pouco inteligível por quem não a tem. Ou lhe dão boas razões e lhe explicam um porquê lógico, ou não o dobram, só porque sim!
Ou não o dobram porque não sabe dizer não...
Ou não o dobram porque tem força...só...
Ou não o dobram porque ele vai ter vergonha....
Ou não o dobram porque ELE é o Hugo... "cá da casa!"
Talvez... o inclinem.... o dobrem, pronto!... com um abraço, daqueles que esmagam com o peso do amor!
Ok! Dobram de certeza, se na altura certa... não se esquecerem dele!
Dobram, dobram, se lhe transmitirem que sem ele, não há nós!

Da permeabilidade, posso dizer, mas é segredo, que renova o "tecido poroso" todos os dias. Os poros estão sempres desimpedidos, prontos para receber e dar... o que quiserem! Tem melhorado bastante estas prestações das trocas.
Tem feito alguns upgrades no sistema. Instalou um receptor/emissor de fluxo (chama-se coração) e um gerenciador de acções (chama-se cérebro). Dá uso áquilo. Quem diria. Um gajo tão grande, com aquele ar de ..."acarta aí que está pesado"!...

Conclusão:

HUGO = CAIXA GERAL de DEPÓSITOS, ie:

"HÁ MAIS NA CAIXA DO QUE VOCÊ IMAGINA!"


Sofia Cerejo

terça-feira, março 14, 2006

As barbas são dele...

Esta coisa começou hoje, dia 14 de Março de 2006, porque me lembrei de convidar o Luís Galrão para jantar cá em casa. Vale sempre a pena manter amigos destes, que percebem de computadores e blogs e coisas do género.
Como era necessário escrever algo, agora no início, foi o que me ocorreu; aliás, as barbas são as dele, e este blog vai servir para relatar tudo da minha e das vidas dos meus amigos, desde que seja algo BARBUDO (Ali como o meu sovaco! Há quem me chame "Francesinha").
Por isso, é natural que se usem aqui nomes alterados, (pseudónimos) e descrições físicas avantajadamente fora da realidade. Mas, ..., se por acaso reconhecerem estas histórias como sendo vossas... ACERTARAM!!! É porque são mesmo. BOA SORTE CAMBADA!