terça-feira, março 21, 2006

Revivendo...Tal qual eu!!! Com uma diferença apenas...

Esta é uma história bem real! Quem a reconhece?

Tal qual eu!
É que... Nem sempre fui assim! Já fui mais jeitosa, magrita, bonita! Senhora de mim! (ainda sou) Independente, livre, enfim!!! Tudo o que mais desejamos ser. Escolhia os gajos que queria, dizia que não, aos que não queria! Destemida, forte, sempre pronta para conhecer mais...
Amigas: 2...3... com muita sorte!
"Amigos": os que quisesse!
Amigos: poucos, mas os melhores.

Bom...
Conheci há pouco tempo alguém assim! No princípio tive por essa pessoa um sentimente difícil. De estranheza, de algo cheio de arestas! Senti vidros e cacos. Muitos picos e algum azedo. Senti nela o que eu fui. A melhor de todas, e a pior entre as gajas! Senti nela a capacidade de possuir e o medo de ser rejeitada. A vontade de gritar e dizer quem sou, e o temor dos olhares agudos.
Tal qual eu!
Pela primeira vez conheci alguém que olho de frente, só para me ver. Curioso, mas lembro muitas vezes aquela parte da série dos "Imortais" em que eles sentem a presença uns dos outros quando estão perto, porque são iguais em força. Porque podem até ser rivais; coisa feia de sentir. Mas se a sinto, é porque , ela é:
Tal qual eu!!!
Uma diferença apenas: NÃO SABE, QUE É TUDO ISTO!
Para ti directamente: É difícil mas não impossível. Podes escolher quem queres e envergonhas-te por isso? Não claro que não! As outras gajas odeiam-te de morte. Comiam-te viva se pudessem. As que conquistares vão acompanhar-te até ao fim da vida (quantas? 2, 3...) as outras, pôe-as aos pés, sem remorsos, porque vão ter que te tolerar com um sorriso. (Até podes gozar esse momento). Os gajos, sim, aproveita bem a tua maré, sem comeres cascas, (para quê porcaria? Já sabemos que todos cá vêm parar por isso torna-te selectiva) e preservando bem, em salmoura se possível, AQUELE. Porque, aos 20, aos 30 ou aos 40 é a ele que tu vais querer. (Comigo foi aos 20, pronto...) Por falar nisto, só podes fazer amizade com um homem, ao fim de dois anos e meio de muitas saídas com ele, e assim que te apercebas que ele gosta de outra: quando ele falar contigo de quecas... e coisas de homens! Se não, é a ti que ele quer e tu pensaste que era TÃO TEU AMIGO!!!
O quê? O teu mau aspecto? Que tens que esconder?
AHHHH. Burra: Com elas ou sem elas, és linda. Eu também as tenho. É de nascença. Pergunta ao Hugo, que nos momentos carinhosos diz que tenho "Borras...de café"!
A juventude? Para nós? Foi.........................muito diferente! Algo estravagante! Fora das normas, longe do razoável. Temos vergonha? Nunca. Aprendeste muito. Deus nunca te castigou por isso, a mim também não e por qualquer razão nos sexuou de alma e corpo, tão cedo. São os outros que não percebem e têm medo de dizer: é BOM!
Aliás, como tu e eu bem sabemos só há dois tipos de sentimentos: O AMOR e O MEDO!
Sai do medo porque és um gene dominante, e das milhentas formas de gajedo que nos rodeia o que não tem remédio, remediado está!!!

PS: Espero que pelo menos tu, a quem eu dirijo este texto te reconheças logo nele.

PS2: Começa a tentar aproveitar as manhãs, desde que fora de casa. O nosso anjo é o sol, não a lua.

PS3: Desculpa! Vai haver sempre entre nós carinho e compreensão, mesmo em silêncio (o Tal Amor) e alguma fricção de igual para igual, de: "aqui sou eu"; "olha o ciúme", "que conversa foi aquela?" (o Tal Medo). Enfim, tudo o que é necessário para uma boa amizade!!!

4 comentários:

Anónimo disse...

Vocês são isso tudo e muito mais! Não sou um "imortal" mas também consigo sentir a vossa forte presença. Fazem parte daquele grupo restrito de pessoas extraordinárias que tenho o privilégio de conhecer. Sinto-te, Sofia, com uma amiga muito especial. Não tenho mais como tu. E sinto aquela que é "tal qual tu" de uma forma ainda mais transcendente. Sim, é linda! E fascina-me! Mas também tenho medo. Medo, porque não sabia que era possível amar desta forma. Medo, porque sei que a vida também é feita de desencontros. Tenho dias assim, como hoje...

Anónimo disse...

Andamos numa profundidade...
Ou começo a pensar em escrever alguma coisa de jeito ou é melhor nem ler o teu blog, senão ficam apenas estes comentários tolos.
Poder olhar de frente é algo maravilhoso e ainda bem que existe gente assim!

Anónimo disse...

Quando te conheci, foi há muito tempo atrás… Eras a melhor amiga do meu namorado na altura. E quando te conheci, ao contrário do que pensas, simpatizei logo contigo. Um rosto simpático, um sorriso aberto e cristalino, um olhar meigo a inspirar confiança. Não trocámos muitas palavras mas senti um bom “feeling”. Reencontrei-te anos mais tarde na famosa Xitaca. Voltaste a sorrir-me e a ser simpática e eu, mesmo assim, não te reconheci. Não sabia que já havíamos sido apresentadas anos antes. Só quando, um dia, alguém mencionou o teu último nome, fez-se luz no meu cérebro. “É ela! A amiga de há muitos anos do meu namorado de há muitos anos!”. Continuavas simpática, sorridente e bem disposta. Ainda bem. Voltei a ter aquele “feeling” agradável. Curioso, não é?
Curioso também apercebermo-nos como é fácil ser quem queremos ser, aos olhos dos outros. Como é fácil levá-los a pensar que somos o que na realidade não somos. Eu escolhi ser forte, independente, livre, intocável, motoqueira, “dura na queda”, uma verdadeira Iron Maiden (para condizer com a minha banda de música favorita). E o resto? Será isto uma capa para camuflar uma identidade insegura, uma alma sensível e frágil, um coração carente e fraco, uma instabilidade emocional incomensurável, uma afectividade deficiente e mal construída, tão própria de quem cresceu no epicentro das críticas e da não aceitação… ??? Quantas feridas? Quantas cicatrizes? Terão conta? O que valem? Aprendemos com elas? Acredito que sim, mas também acredito que há uma infinidade de pequenos fantasmas antigos a olharem-nos bem dentro dos olhos quando reincidimos nos erros. E riem-se na nossa cara, os palermas!
A vida é um desafio! Assustador e Grandioso! Há que tirar o melhor partido! E apesar de ter poucas amigas, muitos homens que me querem saltar para a espinha (a grande maior parte uns atrasados mentais) e viver sozinha aos 34 anos, aqui, desterrada… acho que a vida é fantástica! O que sinto quando vou ver o Mar ou quando passeio ao sol ou quando vejo a Lua Cheia ou quando oiço música… supera todas as feridas antigas…e mais que venham por aí…
Obrigada pelas tuas palavras! Conheço-te mal mas sei que és Fantástica!!! Os meus “feelings” nunca me enganaram… :)

Anónimo disse...

«Nesta luz quase louca
que se prende aos telhados
às árvores aos cabelos das mulheres
aos olhos mais sombrios
falamos de ti do teu alto exemplo
e é com intimidade que o fazemos
falamos de ti como se fosses
a árvore mais luminosa
ou a mulher mais bela mais humana
que passasse por nós com os olhos da vertigem
arrastando toda a luz consigo»

Alexandre O´Neill
In PÚBLICO
http://www.publico.clix.pt/poemas/default.asp?id=1251643