quarta-feira, março 15, 2006

O meu "barbudo"

"Para ti, guardo sempre o primeiro lugar... e o último!"

Quando conheci o Hugo, ainda sem barba e com muito cabelo, tanto que lhe caia sobre a face e lhe tapava os olhos, gostei logo! Da maneira mais simples possível, porque ele era simplesmente maleável e permeável ao meu carinho. Simplesmente maleável e permeável aos caprichos dos amigos. Simplesmente maleável e permeável aos desejos da família.

Quem não ama logo de paixão um puto de 16 anos assim? Hum?

Passados 10 anos, 20 kilos, manchas disformes na minha pele, falta de cabelo na cabeça dele, rabo pesado, barriga grande e mau feitio agudizado, tudo mudou...

A simplicidade dele tornou-se numa gloriosa vaidade, por se achar bom no que faz; uma vaidade na dose certa: para nunca ter medo dos outros, olhando-os sempre de frente; para nunca dizer que não à novidade; para nunca se envergonhar de quem é e do aspecto que tem em qualquer espaço ou tempo.

A maleabilidade, não vingou! Foi engolida pela inteligência séria, que sempre teve e que apenas não estava madura. Pela inteligência pouco inteligível por quem não a tem. Ou lhe dão boas razões e lhe explicam um porquê lógico, ou não o dobram, só porque sim!
Ou não o dobram porque não sabe dizer não...
Ou não o dobram porque tem força...só...
Ou não o dobram porque ele vai ter vergonha....
Ou não o dobram porque ELE é o Hugo... "cá da casa!"
Talvez... o inclinem.... o dobrem, pronto!... com um abraço, daqueles que esmagam com o peso do amor!
Ok! Dobram de certeza, se na altura certa... não se esquecerem dele!
Dobram, dobram, se lhe transmitirem que sem ele, não há nós!

Da permeabilidade, posso dizer, mas é segredo, que renova o "tecido poroso" todos os dias. Os poros estão sempres desimpedidos, prontos para receber e dar... o que quiserem! Tem melhorado bastante estas prestações das trocas.
Tem feito alguns upgrades no sistema. Instalou um receptor/emissor de fluxo (chama-se coração) e um gerenciador de acções (chama-se cérebro). Dá uso áquilo. Quem diria. Um gajo tão grande, com aquele ar de ..."acarta aí que está pesado"!...

Conclusão:

HUGO = CAIXA GERAL de DEPÓSITOS, ie:

"HÁ MAIS NA CAIXA DO QUE VOCÊ IMAGINA!"


Sofia Cerejo

3 comentários:

disse...

Uí,
Quando paro para pensar em vocês os dois, vêem-me à memória tantas lembranças….
De como tudo começo, eu sempre a desdramatizar tudo, e tu Sofes “agarrada à Florbela Espanca”.eh, eh
A primeira imagem que tenho do Hugo é ele a entrar na Igreja orgulhosamente com a vara com a cabeça de lobo (guia-dos-guias), sempre achei que tinha um sorriso reguila e ao mesmo tempo doce. Sempre foi o durão lá da zona, e com a passagem pelas outras secções essa característica foi-se acentuada ainda mais.
Da Sofia, lembro-me que o nosso primeiro encontro foi em casa dela, na verdade não foi um diálogo, porque na altura eu pouco falava e a Sofes já era a mesma de hoje, e fala, fala, fala.
- Vais entrar para os escuteiros? (perguntava-me ela) Vais ver que vais gostar, aquilo é bué fixe. (e eu envergonhadíssima devo ter no máximo acenado a cabeça com um sim).
Meus Deus. já passaram 20 anos, e tanta coisa mudou…mas há uma coisa que perdura, as nossas amizades, sabes o quanto gosto de ti e do Huguito. São 2 amigos muito especiais a vocês eu conto tudo, mas mesmo tudo, ma essas coisas ficam só entre nós os 3.
Beijos da vossa Dé

Anónimo disse...

Olá barbudos!!

Nunca venho ao mail e logo hoje esta grande surpresa.
Eu própria ando um pouco barbuda e identifico-me com este blog, no inverno o pelo abunda mais à vontade e daí a solidariedade.
Que texto inspirado, espero conseguir partilhar um tão bonito como este sobre um barbudo cá de casa ou dois!
beijos aos amigos mais ou menos barbudos

Ana Paulo Santos disse...

Ai esse Hugo quando tinha 16 anos, era lindo de morrer e fazia suspirar meio (para não dizer todo) agrupamento! Vai daí, a Sofes lá o envolveu, entretanto ele envolveu-a a ela e pronto! Estava feita a mais bonita história de amor que eu conheço. Ainda me lembro como se fosse hoje o dia em que tu me disseste meio envergonhada: "Sabes, Ana, gosto do Hugo"... e eu: "isto ainda vai dar água pelas barbas"... E não é que deu? Gosto de vocês, muito, muito.