terça-feira, julho 11, 2006

É QUANDO NÃO HÁ QUE NOS LEMBRAMOS

( Neve em Sintra )

"Batem leve, levemente,
Como quem chama por mim...
Será chuva? Será gente?
Gente não é certamente
E a chuva não bate assim...

É talvez a ventania;
Mas há pouco, há poucochinho,
Nem uma agulha bulia
Na quieta melancolia
Dos pinheiros do caminho...

Quem bate assim levemente,
Com tão estranha leveza
Que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
Nem é vento, com certeza.

Fui ver. A neve caía
Do azul cinzento céu,
Branca e leve, branca e fria...
- Há quanto tempo a não via!
E que saudade, Deus meu! "

(...)

Augusto Gil, in "Luar de Janeiro"


(Neve na Serra da Estrela)

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