quinta-feira, março 30, 2006

«Do Grande e do Pequeno Amor»

Li e gostei do romance fotogáfico da Inês Pedrosa (prosa) e do Jorge Colombo (fotos). A edição é da D. Quixote (2006). Deixo algumas passagens:

«Ela, entretanto, escondia-se do mundo. Com as cortinas a barricá-la do dia, nem precisava de chorar para sofrer.» [p.9]
Ele, «sem ela não chegava a perceber se a sua vida era de novo um livro em branco, ou se tinha arrancado de vez as páginas felizes do futuro.» [p.11]
Mas «nenhum deles aprendera a resistir ao chamamento do outro. Era como se os seus nomes respondessem, à revelia dos donos, de cada vez que eram pronunciados pelo outro». [p.23]
«Ninguém precisa de ninguém para o exercício do sexo - do que todos precisamos é do amor dos outros. O amor pequeno, parcelar, da ternura e da vaidade; e o amor grande, que se nos entranha como um órgão imaterial e nos faz respirar por toda a vida». [p.25]

L.Galrão

segunda-feira, março 27, 2006

A Dé, a Ana e eu

Quanto tempo passa sem que nos vejamos, falemos ou saibamos umas das outras?
Uma semana, um mês?
O tempo que calhar e nos apetecer!
Penso que é isso que nos torna chegadas. Cada uma vive a sua vida, janta, almoça, lancha, dorme, sai, entra, assume posições, vende ideias, usa as suas múltiplas facetas e depois, quando nos vemos um bocadinho, que roubamos ao tempo, é BOM!
É como repartir na mesa, em fatias apetitosas, os passos do nosso dia a dia, e oferecê-las às outras duas, como se do maior presente se tratasse! É acolhedor, até, quando tantas vezes nos encontramos para não partilharmos nada senão uma manta, uma lareira, um ombro, um encosto. Quando a presença das outras duas é tão simpática para uma, que assenta o pó ou a poeira que se levanta na caminhada do dia a dia, basta recebe-la.
Foi uma amizade que construímos em cima dos sucessivos resgates que fomos fazendo umas das outras. A Andreia resgatou-me, há uns anos atrás, de uma ideia, preconcebida e preconceituosa sobre as idades; juntas resgatámos a Ana de um abandono dorido e pouco merecido; a Ana tem-nos resgatado às duas, das nossas mentes, às vezes demoníacas.
Por vezes sinto alguma inveja, vinda de fora!
Não percebo porquê. Está ao alcance de todos.
Não são muitas. Mas são muito boas!

V of VENDETTA!!!

Fui ver o filme!
Apesar das americanísses, sempre a deixar rasto em qualquer filme da WB, tirei algumas coisas com interesse que gostava de partilhar convosco.
Aquela máscara maravilhosa!
Não propriamente pela sua beleza tangente (nem tangente nem profunda, porque é horrível), mas pelo que esconde!
Foi a primeira vez que vimos alguém que na realidade nunca vimos.
E daí?
Daí que temos que nos apaixonar por tudo o resto; e não falo do chapéu, das facas ou da destreza física com apontamentos de matrix.
Falo daquilo que deveríamos sempre receber dos outros: o que está para além dum rosto.

O ROSTO.
Não é para onde olham primeiro?
Não se apaixonam sempre primeiro, por ele?
Não é o mais cobiçado?
Não o que mais vos transmite sensações de felicidade, tristeza, aflição, disponibilidade...
Quando querem uma resposta, não a procuram sempre no rosto?
Porquê?
E se:
NÃO HOUVER ROSTO?
O que se consome no outro?
Ah pois!!! Deveria ser um teste á nossa entrega aos outros, no modo como lidamos com eles, na forma como recebemos os seus estímulos.
Devíamos poder fechar os olhos e realmente ver o outro, senti-lo, cheirá-lo, dançar com ele, ver o movimento das mãos, do corpo!
Transmite tanto!
Deus, ou quem quiserem assumir, criou-nos com tudo isto, fazendo de nós, corpo, os 100%; e tal como do nosso cérebro, só usamos 10%. Para tudo.
Talvez, se entendessemos os outros 90%, sem olhar a estes 10%, a consequência fosse uma grande redução de enganos!!

Também gostei de ver a menina na dita prisão.
Para poder entender que nunca conhecemos o nosso limite.
Ninguém conhece o seu limite!
Não amigos, ninguém!

Não... nem tu!

sexta-feira, março 24, 2006

O blog é dela...

À beira da cratera do Pico

[Ilha do Pico - Agosto de 2005]

quinta-feira, março 23, 2006

OBRIGADA!!!

Estou a começar a gostar dos comentários!!!!!
Acho que vou começar a convidar pessoal....
OBRIGADA.

terça-feira, março 21, 2006

Revivendo...Tal qual eu!!! Com uma diferença apenas...

Esta é uma história bem real! Quem a reconhece?

Tal qual eu!
É que... Nem sempre fui assim! Já fui mais jeitosa, magrita, bonita! Senhora de mim! (ainda sou) Independente, livre, enfim!!! Tudo o que mais desejamos ser. Escolhia os gajos que queria, dizia que não, aos que não queria! Destemida, forte, sempre pronta para conhecer mais...
Amigas: 2...3... com muita sorte!
"Amigos": os que quisesse!
Amigos: poucos, mas os melhores.

Bom...
Conheci há pouco tempo alguém assim! No princípio tive por essa pessoa um sentimente difícil. De estranheza, de algo cheio de arestas! Senti vidros e cacos. Muitos picos e algum azedo. Senti nela o que eu fui. A melhor de todas, e a pior entre as gajas! Senti nela a capacidade de possuir e o medo de ser rejeitada. A vontade de gritar e dizer quem sou, e o temor dos olhares agudos.
Tal qual eu!
Pela primeira vez conheci alguém que olho de frente, só para me ver. Curioso, mas lembro muitas vezes aquela parte da série dos "Imortais" em que eles sentem a presença uns dos outros quando estão perto, porque são iguais em força. Porque podem até ser rivais; coisa feia de sentir. Mas se a sinto, é porque , ela é:
Tal qual eu!!!
Uma diferença apenas: NÃO SABE, QUE É TUDO ISTO!
Para ti directamente: É difícil mas não impossível. Podes escolher quem queres e envergonhas-te por isso? Não claro que não! As outras gajas odeiam-te de morte. Comiam-te viva se pudessem. As que conquistares vão acompanhar-te até ao fim da vida (quantas? 2, 3...) as outras, pôe-as aos pés, sem remorsos, porque vão ter que te tolerar com um sorriso. (Até podes gozar esse momento). Os gajos, sim, aproveita bem a tua maré, sem comeres cascas, (para quê porcaria? Já sabemos que todos cá vêm parar por isso torna-te selectiva) e preservando bem, em salmoura se possível, AQUELE. Porque, aos 20, aos 30 ou aos 40 é a ele que tu vais querer. (Comigo foi aos 20, pronto...) Por falar nisto, só podes fazer amizade com um homem, ao fim de dois anos e meio de muitas saídas com ele, e assim que te apercebas que ele gosta de outra: quando ele falar contigo de quecas... e coisas de homens! Se não, é a ti que ele quer e tu pensaste que era TÃO TEU AMIGO!!!
O quê? O teu mau aspecto? Que tens que esconder?
AHHHH. Burra: Com elas ou sem elas, és linda. Eu também as tenho. É de nascença. Pergunta ao Hugo, que nos momentos carinhosos diz que tenho "Borras...de café"!
A juventude? Para nós? Foi.........................muito diferente! Algo estravagante! Fora das normas, longe do razoável. Temos vergonha? Nunca. Aprendeste muito. Deus nunca te castigou por isso, a mim também não e por qualquer razão nos sexuou de alma e corpo, tão cedo. São os outros que não percebem e têm medo de dizer: é BOM!
Aliás, como tu e eu bem sabemos só há dois tipos de sentimentos: O AMOR e O MEDO!
Sai do medo porque és um gene dominante, e das milhentas formas de gajedo que nos rodeia o que não tem remédio, remediado está!!!

PS: Espero que pelo menos tu, a quem eu dirijo este texto te reconheças logo nele.

PS2: Começa a tentar aproveitar as manhãs, desde que fora de casa. O nosso anjo é o sol, não a lua.

PS3: Desculpa! Vai haver sempre entre nós carinho e compreensão, mesmo em silêncio (o Tal Amor) e alguma fricção de igual para igual, de: "aqui sou eu"; "olha o ciúme", "que conversa foi aquela?" (o Tal Medo). Enfim, tudo o que é necessário para uma boa amizade!!!

sexta-feira, março 17, 2006

VS entre as DUAS LOIRAS da minha vida!!

Esta.... é séria!!

Tenho duas loiras na minha vida. Gosto muito, muito de ambas. São grandes amigas, sei que gostam de mim e são, no entanto, tão diferentes uma da outra!!!!
Não há realmente duas loiras iguais!

Pontos em comum:

Bonitas!
Cabelo com jeitos!
Vaidosas!
Teimosas!
Temperamentais!
Ambas adoram estar à lareira!
Adoram uma boa diversão!
Nunca tiveram filhos, escreveram livros ou plantaram uma árvore!

VS:

Uma é alta outra é baixa
Uma anda sempre de saltos outra anda sempre sem eles
Uma conduz outra não
Uma odeia desporto a outra ama desporto, sobretudo natação
Uma dá-me o meu espaço a outra é sufocante
Uma trabalha a outra.... "chula"
Uma cozinha maravilhosamente a outra nunca tocou num tacho..
Uma adora queijo outra adora fruta
Uma namora á 13 anos a outra...nem por isso
Uma é mto orientada com dinheiro a outra, "devora-o"... quando o tem...
Uma gosta de lêr a outra nunca leu um livro
Uma é arrumada q.b. a outra é o caos da desarrumação
Uma adora a família a outra saiu de casa e nunca mais viu a família
Uma já dormitou comigo no sofá a outra já dormiu comigo na cama

O curioso é que ambas também se conhecem, dão-se muito bem e adoram-se!

Ahhh...... o loiro é natural e ambas são extremamentes inteligentes! (A sério!)

Uma loira...

Outra loira...

As duas loiras...

quarta-feira, março 15, 2006

O meu "barbudo"

"Para ti, guardo sempre o primeiro lugar... e o último!"

Quando conheci o Hugo, ainda sem barba e com muito cabelo, tanto que lhe caia sobre a face e lhe tapava os olhos, gostei logo! Da maneira mais simples possível, porque ele era simplesmente maleável e permeável ao meu carinho. Simplesmente maleável e permeável aos caprichos dos amigos. Simplesmente maleável e permeável aos desejos da família.

Quem não ama logo de paixão um puto de 16 anos assim? Hum?

Passados 10 anos, 20 kilos, manchas disformes na minha pele, falta de cabelo na cabeça dele, rabo pesado, barriga grande e mau feitio agudizado, tudo mudou...

A simplicidade dele tornou-se numa gloriosa vaidade, por se achar bom no que faz; uma vaidade na dose certa: para nunca ter medo dos outros, olhando-os sempre de frente; para nunca dizer que não à novidade; para nunca se envergonhar de quem é e do aspecto que tem em qualquer espaço ou tempo.

A maleabilidade, não vingou! Foi engolida pela inteligência séria, que sempre teve e que apenas não estava madura. Pela inteligência pouco inteligível por quem não a tem. Ou lhe dão boas razões e lhe explicam um porquê lógico, ou não o dobram, só porque sim!
Ou não o dobram porque não sabe dizer não...
Ou não o dobram porque tem força...só...
Ou não o dobram porque ele vai ter vergonha....
Ou não o dobram porque ELE é o Hugo... "cá da casa!"
Talvez... o inclinem.... o dobrem, pronto!... com um abraço, daqueles que esmagam com o peso do amor!
Ok! Dobram de certeza, se na altura certa... não se esquecerem dele!
Dobram, dobram, se lhe transmitirem que sem ele, não há nós!

Da permeabilidade, posso dizer, mas é segredo, que renova o "tecido poroso" todos os dias. Os poros estão sempres desimpedidos, prontos para receber e dar... o que quiserem! Tem melhorado bastante estas prestações das trocas.
Tem feito alguns upgrades no sistema. Instalou um receptor/emissor de fluxo (chama-se coração) e um gerenciador de acções (chama-se cérebro). Dá uso áquilo. Quem diria. Um gajo tão grande, com aquele ar de ..."acarta aí que está pesado"!...

Conclusão:

HUGO = CAIXA GERAL de DEPÓSITOS, ie:

"HÁ MAIS NA CAIXA DO QUE VOCÊ IMAGINA!"


Sofia Cerejo

terça-feira, março 14, 2006

As barbas são dele...

Esta coisa começou hoje, dia 14 de Março de 2006, porque me lembrei de convidar o Luís Galrão para jantar cá em casa. Vale sempre a pena manter amigos destes, que percebem de computadores e blogs e coisas do género.
Como era necessário escrever algo, agora no início, foi o que me ocorreu; aliás, as barbas são as dele, e este blog vai servir para relatar tudo da minha e das vidas dos meus amigos, desde que seja algo BARBUDO (Ali como o meu sovaco! Há quem me chame "Francesinha").
Por isso, é natural que se usem aqui nomes alterados, (pseudónimos) e descrições físicas avantajadamente fora da realidade. Mas, ..., se por acaso reconhecerem estas histórias como sendo vossas... ACERTARAM!!! É porque são mesmo. BOA SORTE CAMBADA!