sábado, julho 01, 2006

Um Agrupamento de Escuteiros


Eu sei que nos dias de maior raiva me excedo e digos coisas difíceis de entender. Talvez demonstre um misto sentimentos que sinto sobre esse assunto. Eu vou tentar explicar-vos muito resumidamente porquê. Falem comigo, acrescentem o que se lembrarem, perguntem o que quiserem. Deixo-vos um bocadinho de mim. Vejam AQUI! (Pdf, 38 Kb)

7 comentários:

Anónimo disse...

Bem sei que passei um pouco ao lado desta história, pois estava mais tempo em Aveiro do que em Sintra, mas nunca me vou esquecer de uma coisa: tudo isso só fez com que nos unissemos mais e por mais longe que estejamos uns dos outro, s(por todo o mundo), temos a nossa AMIZADE!!! Lia

Anónimo disse...

Amiga, só tu para te lembrares desta história... foste ao baú!!
A verdade é que ao ler o que escreveste (e não fui à porta da sede do 752)também senti um grande nó no estômago e uma tristeza atravessar o meu coração... foi triste, mesmo um mau exemplo de como se tratam seres humanos e eu que o diga! Quem diria que depois do que me empenhei naquele agrupamento me fariam uma coisa daquelas! Enfim, alguém deve ter ficado com os louros, mas Deus não dorme e de certo que a justiça ou já foi feita ou irá fazer-se, estou certa disso como cristã que sou!
Ao fim destes anos todos acredistas que sinto a mesma mágoa, não devia, porque eles não merecem, mas ainda hoje sinto raiva cá dentro por existirem pessoas tão más bem perto de nós... e até padres...(aquele a esta altura já deve ser bispo, é daqueles que é padre por profissão e não por vocação!!)
A verdade é que apesar disto nós não esmorcemos e aqueles tempos só nos uniram mais ainda, pois apesar de tudo o que nos quiseram fazer a amizade ainda se mantém.. e sabes que mais esta foi a maior bofetada de "luva branca" que podemos dar àqueles que nos quiseram mal!
Um grande beijinho para todos e um especial para ti
Teca

disse...

Minha querida,
Tento contar os anos que passaram, 8, 9!?
Ora bem, muita coisa aconteceu; alguns saíram mesmo dos Escuteiros, outros foram para outros agrupamentos.
Apesar dos diversos rumos das nossas vidas o principal nunca se perdeu A NOSSA AMIZADE, essa foi sem duvida a grande vitória dessa grande “batalha”.
Rondávamos a casa dos 20, tínhamos o sangue na guelra, éramos os donos do mundo, queríamos fazer justiça, achava-mos que éramos imparáveis; mas por outro lado tínhamos a ingenuidade e pureza que felizmente os excelentes chefes que tivemos nos passaram.
Essa ingenuidade e pureza foi “devorada” por pessoas sem valores e com sede de poder.
(Pobres coitadas, acabaram orgulhosamente sós, coisa típica dos ditadores).
Como felizmente tenho uma facilidade fantástica em esquecer as coisas más relembro aqui um dos momentos mais altos da nossa passagem pelo Agrupamento 752.
Acampamento de Verão 1996 na serra de S. Mamede; quem não se lembra dos dias quentes, do Marinho, do mocho, da torre de vigia, do arroz de peixe, dos banhos tomados em sítios impróprios, da raid até Portagem, das idas até à piscina, da mesa corrida onde todas as secções partilhavam as refeições, dos stresses da chefe de campo por causa dos lacraus, das escalas de serviço…uí tanta coisa boa…e quem lá estava? Nós, os que verdadeiramente sabiam/sabem o sentido da palavra ESCUTISMO.
Todos os dias havia um episódio cómico para contar, sempre que nos calávamos por um instante aquilo que ouvimos eram gargalhas saudáveis.
OBRIGADA a todos os que me ajudaram a crescer e a ser a mulher que sou hoje, um beijinho muito especial para os chefes que nos acompanharam em vivências inesquecíveis.

Telescópio disse...

Minha querida Sofia,
Li o documento todo, devorei-o até. São memórias duras, pesadas, acho que todos sofremos intimamente com o que se passou naquele tempo no agrupamento 752 do CNE. São farpas que nos ficam coladas à pele e nunca nenhum de nós esqueceu. Houve alguém que não chorou?

Meteste o dedo na ferida, sabes? Por mais anos que tenham passado, por mais que o Núcleo Serra da Lua, a Região de Lisboa, a Junta Central e a hierarquia católica tenham ignorado as nossas legítimas queixas, a verdade é que esta é a metáfora do país que temos, onde as más situações passam constantemente impunes. Os protagonistas deste péssimo filme não estavam nitidamente preparados para cumprir a sua missão pedagógica, para formar jovens e crianças, torná-los mais cívicos e solidários. Mas o CNE, em vez de se preocupar com a qualidade do escutismo, preferiu ignorar as queixas de um bando de putos e deixar tudo numa aparente paz podre. É pena.

No fundo, todos sabemos que, no dia em que chegarmos aos 60 ou 70 anos, não deixamos cacos de sonho perdidos na bagagem. Fomos, ousámos e somos. Unimo-nos muito mais (espalhados por uma série de agrupamentos, ou mesmo por nenhum), conseguimos algo que o outro lado da barricada nunca almejou: a unidade sincera, a fraternidade confortável, um tremendo carinho uns pelos outros.

Voltemos uns dias atrás, ao dia do teu casamento. Aquela foto de antigos escutas do 752 Algueirão. Éramos tantos. E tão grandes. E tão maiores do que deixámos para trás. Ganhámos, sabes? Deus sabe.

Ricky

Ana Paulo Santos disse...

É isso!

Sabes, não me apetecia muito ler o que tinhas escrito sobre este assunto... ainda tenho bem presente o tanto que queria o meu lenço, rodeada pela "minha família", no Agrupamento que mudou a minha vida. Nunca o tive. E, por muito que Deus me tenha dado as melhores promessas do mundo, esse vazio ficou.

Seja como for, olho para trás e vejo tanta coisa bonita que é tremendo o saldo positivo. Ainda ontem passei uma tarde inteira a contar a um meu caminheiro acabadinho de entrar (como me identifico com ele!) as maravilhas que vivi com os meus amigos escuteiros, como este ideal fez toda a diferença... e ainda faz.

Têm ideia do quanto mudaram a minha vida? Do quanto sou hoje uma pessoa diferente? No fim, é isso que interessa. Um em Angola, outro na Madeira, os que se passaram para Lisboa, os que continuam por aqui, somos uma família, meus amigos!

E eu, a miúda que não abria a boca quando passávamos tardes e noites na galhofa, aprendeu muito com vocês o que é amizade, ir atrás do que se acredita, viver em verdade, levar aos outros o que sabíamos ser o correcto.

Sabem? Acho que Deus decidiu espalhar-nos por aí para contagiar os outros com este brilhozinho nos olhos... e Ele sabe que, mesmo que não nos vejamos por muito tempo, há um sentimento de identidade que nos une. Isso nunca ninguém desfez... e somos fortes, assim.

Gosto de vocês, tanto, tanto. Mil beijos.

disse...

Também enfiei a carapuça com essa “da miúda calada”.
Eu sei que é mesmo muito difícil de acreditar (mas perguntem à Sofes), quando a Dé entrou para os escuteiros não dizia uma única palavra, apenas acenava com a cabeça ou encolhia os ombros. Agora meus amigos, não há quem me cale.
Como diz o outro “ a mim ninguém me cala” e a culpa é dos escuteiros.
Hi, hi, hi.

Miguel disse...

Eu era explorador nesse ano, nunca mais vi nenhum de vocês ...